sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

                                  
Vi o trailer do Comer, Rezar, Amar. O filme trata de uma mulher que decide ficar um ano sozinha viajando mundo afora para se encontrar. Já posso esperar um filme água-com-açúcar e que sabemos o final de antemão, mas não é sobre o filme, o livro, ou sobre a atuação da Julia Roberts que eu quero contar. Quero contar sobre o auto-encontro.
Um dia você deve ter se dado conta que a sua vida não é só sua: passar 1/3 da vida no trabalho, outro 1/3 dormindo e viver mais 1/3, descontando banho, tempo no banco pagando conta, tempo dentro do ônibus, avião, carro ou qualquer meio de trasporte, tempo para comer, twitar, ler (que você pode fazer dentro do ônibus) e, se tiver filhos, multiplique tudo isso por 2 e vai ver que sobram poucos minutos só para você por dia. Eu sei que às vezes dá vontade de sair correndo porta afora, só com a roupa do corpo e ficar pronta para um novo amor, uma nova história, assumir uma nova identidade num outro país. Mas antes de virar Julia Roberts, aconselho a olhar em volta com atenção ao mundo que você vive.
Mudanças boas são sempre bem-vindas, especialmente as que vêm de dentro para fora. Você quer alguma coisa diferente na sua vida? Comece com aquelas coisas que você vive protelando: arrumar o seu armário, fazer as pazes com a sua sogra, dar um beijo no filho ao invés de dar uma bronca, passar mais tempo com os seus sobrinhos, tentar entender o seu colega de trabalho. Também vale ser uma pessoa legal com aquelas pessoas que te servem de alguma maneira (como a bibliotecária da sua faculdade. Você sabe o nome dela, por sinal?), ser uma pessoa gentil com o porteiro e com a empregada. Conheço gente que nem sequer sabe se a faxineira tem filhos, ou cumprimenta o garçon quando vai num bar. Olha quanta evolução a gente está falando aqui, só nesse parágrafo você já mudou o dia de um montão de gente!
Tem gente que viaja para longe para tentar mudar a sua vida toda, sem ter mudado nadinha por dentro. Tem gente que vai no cinema ver o tal filme da Julia Roberts, fica "super espiritualizado" e é incapaz de dar um sorriso para o pipoqueiro.
As pessoas pensam que "se encontrar" é ficar sozinho. Eu acredito que o auto-encontro acontece quando a gente compartilha com o mundo e o mundo acaba compartilhando com a gente. É uma troca que não tem nada a ver com Karma, mas tem o modus operanti parecido: se você dá coisas boas, recebe coisas boas. Se der coisas ruins, recebe coisas ruins.
Então, antes de sair por aí mudando tudo na sua vida, veja até que ponto você não é responsável pela falta de você mesmo. A nossa vida é reflexo daquilo que compartilhamos com os outros.
Besos ;*

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